Estudo europeu: portugueses são os que mais querem viver experiências inesquecíveis ao ar livre

Relatório da Mastercard revela que 92% dos portugueses dão prioridade a atividades ao ar livro, o que coloca o país no topo de ranking europeu.

O verão chegou e muitos portugueses estarão já a preparar-se para embarcar em experiências únicas e cumprir sonhos nesta estação quente. O relatório Economy Experience mostra que os portugueses lideram a lista de consumidores (92%) que dão prioridade a experiências ao ar livre e em contacto com a natureza, seguidos dos polacos (91%) e neerlandeses e romenos (90%). Esta preferência reflete um desejo crescente de escapar à rotina urbana e valorizar atividades que promovam bem-estar, tranquilidade e ligação ao mundo natural.

Segundo o inquérito da Mastercard, realizado a mais de 15 mil consumidores em toda a Europa, Portugal lidera também (63%) o top de países cujos habitantes querem viver mais experiências ao ar livre dentro do próprio país, com a Grécia (48%) e a Bélgica (46%) a fechar o pódio. Em sentido contrário, apenas 9% admite viajar para o estrangeiro para este tipo de experiências, numa lista liderada pela Polónia (21%), seguida de Alemanha, Croácia, Sérvia e Suécia (15%) e Bulgária (14%).

A nível europeu, 80% das pessoas tencionam dar prioridade a experiências ao ar livre este ano, com 41% a manifestarem vontade de explorar mais o que está próximo, revelando um interesse crescente pelo que o seu próprio país tem para oferecer. Em contraste, 26% afirmam estar igualmente abertos a experiências ao ar livre tanto dentro como fora do seu país, enquanto 13% pretendem concentrar-se exclusivamente em vivências no estrangeiro. 

De acordo com os dados do Mastercard Economics Institute, os consumidores portugueses estão a privilegiar experiências marcantes, com quase 81% a planear investir em momentos significativos em vez de bens materiais. Destas experiências, são as viagens e o turismo que lideram os principais gastos dos consumidores nacionais.

Gastar com intenção e propósito

O inquérito do Mastercard Economics Institute mostra que, em 2025, os portugueses encaram as experiências da bucket list como um investimento valioso, tornando-se cada vez mais criteriosos na forma como as financiam. A título de exemplo, muitos estão a reduzir despesas com roupa e artigos de luxo (41%) e tecnologia de última geração (35%), acreditando que as memórias têm um valor mais duradouro do que tendências passageiras da moda ou da tecnologia.

Ao mesmo tempo, há uma gestão mais cuidada do orçamento destinado a concretizar esses desejos. A maioria dos consumidores (84%) procura promoções antes de efetuar reservas e 87% garante que as experiências escolhidas estão dentro das suas possibilidades financeiras. Além disso, 38% opta por reservar apenas depois de receber o salário, planeando assim o momento certo para embarcar na próxima aventura.

Como dar mais significado às experiências

Para ajudar a inspirar as pessoas a aproveitarem ao máximo estes momentos-chave, a equipa da Mastercard responsável pelo relatório Experience Economy elaborou uma lista de cinco formas de transformar esses pequenos momentos em experiências dignas de serem recordadas:

1. Planear com um objetivo 
As experiências inesquecíveis começam frequentemente com um bom planeamento. Quer se trate de definir um lembrete para quando os bilhetes para um concerto são colocados à venda ou de partilhar antecipadamente o menu de um restaurante com os amigos que participam num jantar de grupo, pensar no futuro ajuda a dar prioridade ao que é mais importante no dia. Não basta reservar com antecedência e planear com determinação para garantir que o momento é totalmente aproveitado. 

2. Fazer dos momentos partilhados o evento principal
A companhia que temos define muitas vezes a qualidade das nossas experiências. Quer se trate de planear uma viagem com amigos próximos ou de transformar uma noite familiar normal em algo mais comemorativo, fazer coisas em conjunto torna as memórias mais fortes. De acordo com o estudo da Mastercard, as experiências partilhadas são um dos principais motores de decisão da lista de desejos em toda a Europa. Desde cozinhar em conjunto a fazer caminhadas na natureza, realizar atividades em conjunto aumenta a qualidade da experiência e das memórias.

3. Descobrir segredos bem guardados perto de casa
Nem sempre é preciso viajar para longe para viver algo excitante. De facto, os dados do Mastercard Economics Institute revelam que 63% dos portugueses afirmam ser mais provável que usufruam de uma nova experiência perto de casa do que no estrangeiro. Desde festivais gastronómicos locais a galerias independentes ou a um passeio panorâmico, porque não experimentar um dos muitos momentos memoráveis que podem acontecer fora dos nossos caminhos habituais, mas dentro das nossas fronteiras? 

4. Captar o momento
Uma fotografia rápida, uma pequena nota ou mesmo uma caixa de recordações em casa podem transformar momentos passageiros em reflexões duradouras. Registar as gargalhadas durante o almoço, a satisfação de completar um desafio ou a alegria tranquila de uma tarde bem passada: no final do ano, quando se olha para o ano que passou, estes pequenos marcos quotidianos parecem muitas vezes tão significativos como as grandes experiências.

5. Ser culturalmente criativo
É possível tirar o máximo partido das experiências quotidianas, mas através de uma lente cultural diferente. A investigação da Mastercard mostra que os europeus querem experiências que lhes proporcionem uma nova perspetiva do mundo (36%), como explorar bairros culturalmente diferentes ou considerar uma visita improvisada a um centro cultural próximo. 

Metodologia

A Masterard realizou, com o seu parceiro de investigação Dynata, um inquérito para compreender a mudança nas preferências dos consumidores relativamente às experiências. O trabalho de campo teve lugar em fevereiro de 2025. O inquérito incluiu uma amostra de mais de 15 mil inquiridos em vinte países, recolhendo dados de Alemanha, Áustria, Bélgica, Bulgária, Chipre, Croácia, Espanha, França, Grécia, Irlanda, Itália, Países Baixos, Polónia, Portugal, Reino Unido, República Checa, Roménia, Sérvia, Suécia e Suíça.